Eu não consigo pensar em ir a Buenos Aires sem dar uma passadinha por San Telmo e pela sua famosa feira de antiguidades que acontece todos os domingos.
Parte do centro histórico da capital portenha, este é talvez o bairro mais tradicional e antigo de Buenos Aires. Foi uma das primeiras áreas da cidade a ser povoada e tornou-se um dos bairros mais populosos da cidade.

Seus casarões entregam que ali viveram muitas das famílias mais ricas e tradicionais da Argentina até o século XIX. Porém, San Telmo acabou sucumbindo à epidemia de febre amarela em 1871, o que fez com que as famílias abastadas que ali viviam deixassem suas casas e se mudassem para o norte da cidade. E então os casarões de San Telmo acabaram sendo ocupados por famílias pobres, o que deu origem aos “conventillos” (ou cortiços, como conhecemos por aqui).

O tempo passou, e a área acabou se tornando um bairro boêmio, ocupado por artistas, antiquários, restaurantes e cafés. É super preservado, e conserva a essência da cultura e modo de viver dos portenhos.
FERIA DE SAN TELMO
Para quem vai pela primeira vez, recomendo ir em um domingo pela manhã, para visitar a Feria de San Telmo, onde a Calle Defensa e a Plaza Dorrego ficam cheias de vendedores de antiguidades. Eu amo ficar passeando por ali, vendo todos aqueles objetos cheios de história.
Para quem vai com crianças, é um programa super legal para mostrar aos pequenos como eram as coisas e a vida em outros tempos.
Na Plaza Dorrego sempre tem um ou dois shows de tango também. E por falar nisso, sempre tem tango tocando nos auto-falantes.
Para chegar, pegue o metrô linha C (azul) sentido Constituición e desça na estação San Juan. Dali, ande pela Av. San Juan até a Calle Defensa. Já na próxima quadra você já verá as barraquinhas da feira e a Plaza Dorrego.
MERCADO DE SAN TELMO
Ali pertinho da Plaza Dorrego, com entrada pela Defensa ou então pela Calle Carlos Calvo, está o Mercado de San Telmo.

Inaugurado em Fevereiro de 1897 e declarado Patrimônio Histórico Nacional, bem aos moldes de mercados como o Municipal de São Paulo ou o Municipal de Curitiba, tem bancas de frutas, carnes, flores e hoje em dia também opções de alimentação como empanadas, sanduíches e pizzas. Um ótimo lugar para uma parada para tomar algo ou fazer um lanche.
O nosso queridinho ali no Mercado de San Telmo é o Coffee Town. Lá eles tem várias opções de lanches e empanadas deliciosas! Os sucos são excelentes (destaque para a limonada com hortelã e gengibre), e para quem gosta de um bom café, eles tem blends próprios elaborados por seus baristas.

Para quem está com os pequenos: o Coffee Town não serve refrigerante (aplausos!!) e o Tostado de Miga (misto quente) é uma boa opção para quem achar que o tempero das empanadas é forte demais.


UMA SAN TELMO DIFERENTE
Se você puder e tiver tempo no seu itinerário, volte a San Telmo durante a semana. Aproveite para passear tranquilamente pelas ruas mais vazias, reparar nos detalhes que acabam passando desapercebidos no meio do movimento dos domingos.


Sente um pouco na Plaza Dorrego, pare para tomar um café ou almoçar em um Bodegón – restaurantes de bairro, tradicionais e normalmente familiares, que servem comidas variadas, em porções generosas.

O QUE MAIS VER EM SAN TELMO
Gostamos muito de aproveitar o passeio a San Telmo e voltar andando até o Microcentro (região da Plaza de Mayo). Pode parecer uma “pernada” imensa mas não é. Acredite! Vale a pena e você vai ver muita coisa legal pelo caminho.

Seguindo pela Calle Defensa, ainda em San Telmo, se puder faça uma visita ao El Zanjón de Granados– uma casa de 1830 que já foi residência, cortiço de imigrantes e nos anos 80 foi comprada por um empresário para montar um restaurante. Eis que durante a reforma foram descobertos túneis subterrâneos e ruínas do século XVIII. Nem preciso dizer que a idéia do restaurante foi deixada de lado e o local se transformou em um museu de arqueologia, que conta a história de séculos da vida portenha.
As visitas são guiadas, e vale a pena confirmar os horários antes de ir. Nós acabamos não visitando pois já estávamos no último dia de viagem e não conseguimos ajustar os horários de visita. Já anotado para a próxima!

Bem ali pertinho, antes de seguir pela Defensa, na Pasaje San Lorenzo, fica a casa mais estreita de Buenos Aires, a Casa Mínima. Também mantida pelo El Zanjón de Granados mas fechada a visitação, ela tem apenas 2,5m de largura e na verdade é uma espécie de anexo à mansão que fica ao lado. Diz a história que foi espaço cedido pela família abastada do casarão aos seus escravos recém libertos. Não existes móveis dentro da casa, mas ela está perfeitamente conservada como era na época.
Nos nossos próximos posts vamos continuar o nosso passeio, chegando ao Microcentro e suas principais atrações. Sigam o nosso blog e também as nossas redes sociais e fiquem sabendo em primeira mão sempre que tem post novo!!

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